A estação mais florida do ano também pode ser um desafio para a saúde respiratória com a produção do pólen e a umidade excessiva
A primavera é conhecida pelo ressurgimento de suas flores coloridas, pelo clima mais ameno e agradável e pelos dias mais ensolarados. No entanto, essa estação também traz consigo um problema de saúde a ser combatido: o aumento das alergias respiratórias.
Para muitas pessoas, essa época do ano está diretamente associada a crises de espirros, coceira nos olhos e dificuldade para respirar, sintomas que se tornam comuns devido às mudanças no ambiente.
Entender como a primavera influencia a saúde e adotar cuidados preventivos é essencial para garantir mais qualidade de vida e menos visitas ao hospital e à farmácia durante essa estação.
A primavera no Brasil, seu clima e o impacto na saúde
No Brasil, a primavera é marcada pelo aumento gradual das temperaturas e pela elevação da umidade do ar. Este é o período em que muitas espécies vegetais intensificam sua polinização para a reprodução de sementes, um processo que libera partículas microscópicas de pólen no ar, que, ao serem inaladas, podem desencadear reações alérgicas em pessoas sensíveis a este componente.
Outro fator que favorece as crises respiratórias é a multiplicação de fungos e ácaros em ambientes úmidos. Ou seja, ao mesmo tempo em que deixamos o inverno para trás, com seu ar mais seco e as dificuldades de saúde que este clima proporciona, enfrentamos novos desafios para manter a saúde respiratória em dia na primavera; uma verdadeira transição entre diferentes tipos de consequências respiratórias.
O processo de polinização e suas consequências
A polinização é um mecanismo natural fundamental para a reprodução das plantas. Durante esse processo, o pólen – um pó microscópico rico em proteínas – é liberado no ar e transportado pelo vento ou por insetos. O problema é que, para pessoas predispostas, essa substância pode ser reconhecida pelo sistema imunológico como uma “ameaça”, gerando uma resposta inflamatória no organismo.
É por isso que, na primavera, muitas pessoas começam a sentir sintomas como obstrução nasal, espirros, coceira nos olhos e até falta de ar. Diferente do inverno, em que as alergias respiratórias costumam estar relacionadas ao ar frio e seco, as da primavera estão mais ligadas ao pólen, fungos e ácaros.
Principais alergias respiratórias na primavera
A chegada da primavera pode intensificar doenças alérgicas já existentes ou provocar o surgimento de sintomas em quem nunca havia apresentado crises antes. Entre as condições mais comuns estão:
- Rinite alérgica: caracterizada por espirros constantes, nariz entupido ou escorrendo e coceira na garganta e nos olhos;
- Asma alérgica: além da tosse, pode causar falta de ar, chiado no peito e sensação de aperto no tórax;
- Conjuntivite alérgica: provoca olhos vermelhos, coceira intensa e lacrimejamento, muitas vezes acompanhados de inchaço nas pálpebras.
Essas condições, apesar de não serem contagiosas ou extremamente graves, comprometem o bem-estar do indivíduo afetado e podem prejudicar a rotina escolar, profissional e social.
Dicas práticas para prevenção e alívio dos sintomas
Embora as alergias respiratórias sejam comuns nessa época, algumas medidas simples ajudam a reduzir os riscos de contraí-las e a intensidade das crises desencadeadas por ela. Portanto, manter a prevenção é sempre o caminho mais indicado, sendo algumas orientações as mais importantes:
- Mantenha a casa limpa e arejada: evite o acúmulo de poeira e utilize aspiradores com filtros adequados;
- Utilize filtros HEPA: tanto em aparelhos de ar condicionado quanto em aspiradores e purificadores de ar, pois eles retém até 97% das partículas de componentes alérgenos suspensos no ar;
- Troque e lave roupas de cama com frequência: o ideal é lavá-las semanalmente em água quente para eliminar todos os ácaros;
- Evite contato com pólen em horários críticos: no início da manhã e no final da tarde a concentração no ar costuma ser maior;
- Hidrate-se bem e lave o nariz com soro fisiológico: isso ajuda a remover partículas irritantes e a manter as vias respiratórias sempre saudáveis e hidratadas.
Esses cuidados simples podem transformar a maneira como o corpo reage à estação e pode reduzir significativamente os sintomas incômodos desse período.
Quando procurar ajuda médica?
É importante destacar que sintomas persistentes ou crises intensas não devem ser ignorados ou tratados por conta própria com medicamentos, pois exigem acompanhamento especializado. O profissional mais indicado nesses casos é o alergista ou imunologista, capazes de identificar os gatilhos da alergia por meio de exames específicos e indicar o tratamento adequado.
Entre as opções de tratamento estão:
- Medicamentos antialérgicos ou anti-inflamatórios;
- Corticoides inalados para casos de asma;
- Imunoterapia (vacinas antialérgicas), que ajudam a reduzir a sensibilidade do organismo ao alérgeno.
Com orientação profissional, é possível controlar as alergias de forma eficaz e retomar a qualidade de vida.
A primavera é, sem dúvida, uma das estações mais bonitas do ano, mas também pode ser desafiadora para quem sofre com alergias respiratórias. Saber reconhecer os fatores que intensificam os sintomas, além de adotar medidas preventivas e buscar ajuda médica quando necessário são passos fundamentais para aproveitar essa época com saúde e tranquilidade.
Com os cuidados corretos, é possível que os dias floridos da primavera signifique sempre momentos de bem-estar – e bem longe das crises respiratórias!